13 Reasons Why e o entendimento que os pais podem ter sobre a série
Mal a série 13 Reasons Why estreou no Brasil e já vem criando rebuliços e polêmicas de norte a sul do país, tanto críticas boas quanto ruins. O que proponho nessa coluna de hoje é pensarmos sobre a série: o porquê desse sucesso estrondoso? Meus filhos podem assistir? Que lição podemos tirar da série para nossa vida?
Feito os apontamentos, digo que já assisti a série (2 vezes diga-se de passagem) para poder escrever sobre ela e que tenho um filho de 6 anos, então penso sim sobre o futuro dele, sobre sofrimentos e alegrias na nossa vida. A primeira coisa que escrevo e que todos já sabem é que na nossa vida existe o sofrimento e existe sim, a luz no fim do túnel, a felicidade. Mas o que nos mantem firmes e fortes nessa vida, muitas vezes dura, eu lhes digo meus caros, é a ESPERANÇA!
Esperança de um mundo melhor onde possamos viver em paz, esperança que encontraremos a felicidade ao fim do dia, esperança que estaremos sendo representados num futuro próximo. E o que acontece quando perde-se a ESPERANÇA? O que vemos na série: uma adolescente despedaçada e sem estímulo nenhum de melhoras – ao fim do túnel. Hannah se segurou nesse limiar entre tristezas e alegrias (inerentes) da vida dos jovens, com pais amorosos. Mas o que a fez chegar a tal ponto? Quais suas motivações?
No Brasil vivemos a preocupação da segurança pública, nos preocupamos com nossas vidas, a de nossos filhos, mas essas são preocupações exteriores, e acabamos esquecendo de nos preocupar com que acontece dentro de casa. As conversas, brigas, infelicidade familiares, que engano seu achar que os adolescentes não percebem o que acontecem a seu redor, que são desinteressados com a vida dos pais e o engano é pior quando acha-se que não precisa de diálogo ou não conseguem abertura para o diálogo. Precisa-se sim ter interesse pela vida de seus adolescentes, conhecer amigos, quereres de vida, CONVERSAS sobre sexo, amor, futuro e etc.
13 Reasons Why e lembretes para os pais:
- Conversas no plural, sim, afinal a sexualidade é tão vasta que apenas uma vez não daria conta de tantos questionamentos, a questão é: não precisa-se saber/ter todo o conhecimento do mundo sobre sexo, mas ESTAR aberto para essa conversa é primordial.
- Os adolescentes ainda não são adultos, precisam ter horários para dormir/acordar, precisam ter rotina, não podem sair a hora que querem e nem quando querem;
- Precisam ter referencias, em quem se espelhar. É necessário que essas referências sejam saudáveis, seja elas, artistas, amigos, vizinhos, familiares ou professores;
- Conheçam os amigos de seus filhos, tragam- os para dentro de sua casa, deem essa liberdade de conhece-los melhor;
- Se interessem pela vida escolar, não é porque logo eles estarão formando que precisamos parar de ir à escola, conversar com os professores, saber como anda o comportamento dentro de sala de aula;
- E se necessários castigos, deixar de fazer algo que gosta, conversas longas para chamar atenção para o que está errado faz uma grande diferença.
- Com as mídias sociais vejam o que andam postando, boa parte do que pensam esta nelas, deem voz para seus filhos, os deixem opinar, ponderem, os escutem sem julgar;
- Enfim, cuidem não apenas da segurança física mas da mental também.
Proibir os adolescentes de verem ou fazer certos tipos de coisas às vezes não ajuda e quando isso acontece o ideal é se introduzir no mundo deles, ver com os próprios olhos o porquê deles gostarem de tal coisa. Essa série é uma delas, tem cenas fortes que podem desestabilizar alguns, mas está aí mais uma razão para os pais assistirem a série junto com os filhos, para descobrirem juntos e dialogarem sobre os acontecimentos. Não acho que a série seja inteiramente feita para os adolescentes, a vejo como um alerta para os pais, professores, escola e comunidade.
No Brasil, o bullying ainda não é bem aceito socialmente, ainda acham besteira falar sobre isso, mas com a internet aberta vemos que está ficando mais difícil conviver com o estrago que o bullying faz. Precisamos sim de políticas públicas para combate-lo, pode ser que nossas estatísticas não sejam tão grandes quanto outros países, mas prevenção é a chave, sempre foi!
Não ignoremos nossos adolescentes e nem calemos suas vozes! Não deixemos a desesperança tomar de conta, por que depois pode ser um caminho sem volta…
Qual a sua opinião sobre a série 13 Reasons Why? Responda abaixo no clube: