Assim como a Gaaabyy, estou cada dia mais buscando informações sobre feminismo. Incrivelmente, até por conversas recentes com a minha mãe, noto que desde pequena sou feminista. Minha mãe, criada pela avó dela, acreditava uma sociedade onde o homem é o chefe da família, responsável pelas decisões na casa e o sustento do lar, enquanto que cabe à mulher às tarefas domésticas. Incrivelmente, minha mãe aos pouco vem afastando sua postura machista, em especial, porque as mulheres da minha família foram quem efetivamente comandavam as casas. Meu pai, embora nordestino (esclarecendo que adoro o povo nordestino, mas muitos tem uma visão bem machista), é menos machista que minha mãe (que é gaúcha) e sem me incentivou a estudar e trabalhar, ser dona da minha vida e escolher o que quero e que me faça feliz.
Acredito que o feminismo vem ganhando maior força atualmente, visto ser cada dia mais injustificável o machismo, aliado a consolidação de inúmeros direitos humanos. Compreender a mulher como um ser humano igual ao homem, titular de direitos e obrigações, protegida de abusos, assédios e discriminações é papel do feminismo. Posturas radicais temos nas mais varias posturas (políticas, religiosas, por exemplo). Não é a mais adequada, na minha visão, mas determinadas situações - raras - exigem posturas mais extremas e condutas mais radicais (exemplo, engrossar a voz e dar um "chega pra lá" em um homem que está se esfregando numa mulher no metrô).
Quanto a questão do aborto, não se trata de ser favorável ou não. Não sei se faria um aborto, a exceção de ser a gestação fruto de um estupro. Só não acho justificável sua criminalização. Decidir por realizar ou não um aborto jamais será uma decisão fácil para a mulher, e acredito que deveria ter um acompanhamento psicológico para toda mulher que optasse pela interrupção da gravidez. Não creio que obrigar a mulher a prosseguir com a gravidez e entregar o filho para adoção seja tão vantajoso, seja porque o feto vai receber uma carga negativa durante a gestação, por ser indesejado, seja por que o sistema de adoção no Brasil é moroso, cruel e preconceituoso.
Acho válida uma pauta no movimento feminista que é aliar a liberdade sexual da mulher com a responsabilidade na atividade reprodutiva, de forma a melhor orientar as mulheres sobre métodos contraceptivos e sexo seguro (não, tenho amigas que são mães porque confiaram em técnicas como tabelinha, teste do muco ou coito interrompido, além daquelas que não usam camisinha porque o parceiro diz que é igual "chupar bala com papel").
O movimento feminista contribui e pode auxiliar ainda mais, na liberdade sexual da mulher, onde ela faz o que ela realmente quer - no caso, sexo com prazer, e não gestação indesejada.
Beijocas!