Saiba porque evitar a dieta da Nasa e o jejum intermitente

As “dietas da moda” sempre prometem perda de peso rápido e sem a prática de exercícios. Segundo o Google, em 2014, a dieta mais procurada foi a do paleolítico, na qual se come literalmente como um homem das cavernas, alimentando-se somente de proteínas, legumes, verduras e grãos. Em seguida, as mais procuradas foram as dietas Dukan e Atkins, que diminuem consideravelmente o consumo de carboidratos, seguidas por celebridades como Beyoncé e Kim Kardashian. Neste ano, as revistas noticiam a dieta da Nasa e o jejum intermitente como as “dietas da vez”, imperdíveis e substituíveis como uma peça de roupa.
Como escreveu a colunista Lígia Fabreti no texto “Você só se sente feliz quando está magra?“, a indústria do emagracimento é cultural, lucrativa e sedutora. Por ano, a indústria de dietas lucra 60 bilhões de dólares ao ano vendendo produtos para emagrecimento que prometem felicidade. O que eu vou te contar agora pode ser chocante, mas é verdadeiro: peso nenhum vai te trazer a paz que você tanto busca. A felicidade está mais relacionada ao autoconhecimento do que a nossa forma física, e só quando você se sentir bem consigo mesma é que estará feliz, independente do corpo.
Será que elas funcionam de verdade? Isso é de fato seguro?
O que é a dieta da Nasa?
A dieta PronoKal é um método de perda de peso baseado em uma dieta proteinada. A diferença deste método para a Dukan ou Atkins, por exemplo, é que ela não é hipercalorica nem hiperproteica, ou seja, você não pode comer as linguicinhas e bacons à vontade. Ela ganhou o apelido de dieta da Nasa porque é bem parecida com a comida dos astronautas. Sim! É porque, na verdade, a quantidade de proteína é regulada através de sachês. Eles vêm em vários sabores, desde sucos, cafés à panquecas de chocolate.
E o jejum intermitente?
Essa dieta surgiu em 2013 a partir da ideia do médico Michael Mosley. Ele propôs o seguinte método: em cinco dias a pessoas se alimenta de forma normal, e nos outros dois, consome apenas 500 calorias (no caso das mulheres). O problema, é que esse período pode variar bastante. Alguns adeptos pulam uma refeição por dia, outros comem muito pouco durante um ou dois dias e há quem fique mais de uma semana sem se alimentar.
Pode fazer sem acompanhamento médico?
A resposta, para qualquer tipo de dieta, é sempre NÃO. Ambas as dietas estimulam o organismo a entrar em cetose, isto é, um estado do metabolismo que ocorre na ausência de glicose (jejum). O fígado converte gordura em ácidos graxos e corpos cetônicos, que vão ser usados como fonte de energia no lugar da glicose. Para isso, essas dietas têm que praticamente abolir os carboidratos e valorizar a proteína, o que nem sempre é bom.
Segundo o próprio site da dieta da Nasa, o médico prescritor é a chave do método. Ele que é o profissional encarregado de estabelecer o objetivo de perda de peso, planejar o desenvolvimento do tratamento e garantir a segurança através de um acompanhamento do estado de saúde. O médico é o único que garante as possibilidades de atingir os objetivos propostos.
Em entrevista à Veja, a endocrinologista Cintia Cercato apontou o óbvio: se alimentar é importante. “Ficar muito tempo sem comer não traz nenhum benefício. É um absurdo que uma pessoa fique dias sem comer nada, pois a ausência completa de qualquer nutriente prejudica o organismo. E mesmo que ela tome suplementos vitamínicos durante o jejum, eles não são capazes de repor macronutrientes, como os carboidratos e a glicose. Sem esses nutrientes, ficamos sem energia, fracos, e o nosso cérebro deixa de receber glicose, o que prejudica a memória. Além disso, ainda que esse indivíduo apenas beba água, ele continua correndo risco de desidratação.”
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