Candidíase: é verdade que toda mulher tem?

Não, não é. Quer dizer… mais ou menos. Candidíase é o nome de uma infecção causada (na maioria esmagadora das vezes) pelo Candida albicans, um fungo sorrateiro que, agora sim, TODA MULHER (e homem) TEM.
Pois é. Deixa eu “explodir” sua mente um tiquinho: salvo POQUÍSSISSÍSSÍMOS casos, a candidíase não é uma doença que “se pega”, mas sim que “se provoca” (e já já vou te explicar o porquê).
Isso acontece porque o Candida Albicans faz parte do nosso organismo, vivendo em locais como boca, garganta, vagina, intestino e até mesmo a pele. Sendo assim, em condições normais, ele vive em completa harmonia com o nosso corpo e não provoca nenhum mal. Porém, minha filha, basta UM SÓ DESLIZE pra essa praguinha se proliferar e causar a Candidíase.
Tipos de Candidíase
Vamos por partes, vá. Existem 5 tipos principais de Candidíase:
- sapinho (também conhecido como candidíase na boca e garganta);
- vaginal (a mais recorrente em todas nós, migas);
- cutânea (muito comum em bebês);
- gastrointestinal (ou monilíase).
Vamo de resumão básico? Vamo.
O sapinho é muito, mas MUITO comum em bebês, idosos e pessoas com a imunidade baixa. Ele se manifesta por meio de manchinhas brancas na gengiva que podem (ou não) virem acompanhadas de dor, desconforto e vermelhidão.
Já a Candidíase vaginal é aquela maravilhosa (só que não) que todas nós já tivemos, ou vamos ter em algum momento de nossas vidas. Ela causa bastante coceira, corrimento, desconforto e vermelhidão na pepeca. Péssima. Péssima.
Sobre a Candidíase cutânea: é, basicamente, caracterizada por uma infecção de pele. A região acometida (olha eu usando termo chique, que lindo) pode ficar vermelha e coçar bastante, e a condição costuma se manifestar em regiões com dobrinhas de pele (axilas, dedos, embaixo dos seios, na pelve etc).
Já a Candidíase gastrointestinal, como o próprio nome indica, pode afetar o esôfago, o estômago e/ou o intestino delgado. Seus principais sintomas são placas de pus e úlceras nas mucosas destes órgãos. Detalhe importante: ela é bastante rara, viu? Procê ter uma ideia (é, sou mineira mesmo), ela é mais recorrente em pessoas que lutam contra o câncer ou doenças imunossupressoras (como o HIV, por exemplo).
Por fim, a Candidíase invasiva é uma infecção provocada pelo mesmo fungo, porém, bastante agravada, pois o danado invade nossa corrente sanguínea e, consequentemente, consegue chegar nos órgãos. Observação do bem: esse tipo também é MUITO raro e costuma acontecer com mais frequência em pacientes que estão internados.
Ok, ok. O que, então, provoca a candidíase?
Ah, minha parte favorita! Vamos lá: essa infecção, em 99,9% das vezes, é causada pelo favorecimento do ambiente à proliferação do fungo. Isso por rolar por meio de:
- calor e/ou umidade (é praticamente tudo o que um fungo precisa para crescer);
- antibióticos (porque matam as bactérias ruins, mas as boas também, tornando a região INCRÍVEL para o Candida albicans deitar e rolar como quiser);
- estresse (porque abaixa nossa imunidade);
- gravidez (porque o estrogênio pode favorecer a proliferação do fungo);
- pílula anticoncepcional (pelo mesmo motivo acima);
- imunidade baixa (porque nossa defesa imunológica fica toda zuada, favorecendo o crescimento do fungo);
- alimentação regada a açúcar e carboidratos (porque alteram o ph da vagina);
- diabetes (pelo mesmo motivo acima);
- pouca higiene (geral e íntima) (e você toma vergonha nessa sua cara e vai pro chuveiro);
- roupas apertadas (porque abafa a região);
- higienização excessiva da pepeca (não se esqueça de que lá também moram as bactérias boas, que combatem as ruins e deixam o ambiente neutro);
- sabonete normal e/ou perfumado para limpar a região íntima (pode até dar alergia isso daí, menina, vai lá AGORA comprar um sabonete íntimo);
- calcinhas de tecidos sintéticos (porque não deixam a dita-cuja respirar).
E os sintomas?
Tá, bora lá: é lógico que cada tipo de candidíase provoca um sintoma. Porém, como já falei um pouco sobre eles no resumão, vou focar agora na vaginal, belê?
Sendo assim, se você sentir um ou mais dos seguintes sinais nos “países baixos, se é que me entende”, procure uma ginecologista:
- corrimento grosso e branco;
- dor e ardor ao urinar;
- coceira (dentro e, de vez em quando, fora da vagina também);
- vermelhidão;
- inchaço;
- desconforto na hora da transa.
Tá, e o que que eu faço?
Eu não canso de falar isso por aqui: não sou médica, não tenho poder de diagnóstico e a única qualificação que eu tenho nessa área é a de mestrado em Grey’s Anatomy. Sendo assim, gatinha, a resposta é bem óbvia: procure por uma gineco de confiança e, de preferência, que atenda rapidinho que é procê não sofrer demais.
Normalmente, a candidíase é tratada com medicamentos tópicos (que a gente passa na pele) ou orais (que a gente toma pela boca). A maioria, inclusive, são os famosos antifúngicos e, portanto, precisam de prescrição médica.
Então, é aquele esquema: pra quê tentar sarar o trem por conta própria se você pode ter a ajuda de alguém que REALMENTE manja do assunto, né não?
Vai lá, marca uma consulta e se cuida!
Imagem: Cecile Dormeau