10 coisas machistas que toda mulher faz

Antes de mais nada: calma, essa matéria não é um ataque. Falar sobre coisas machistas que nós mesmas fazemos é apenas uma forma de mostrar a extensão dessa cultura limitadora que a gente vive. Nós, mulheres, também fomos criadas em uma sociedade machista (a não ser que você tenha nascido em alguma ilha deserta por aí), e é mais do que normal a gente reproduzir esse comportamento também.
Porém, a nossa função como meio de comunicação é ajudar você a repensar esses comportamentos e criar um ambiente de mudança: se a gente quer ser reconhecida e respeitada da forma que merece, então é um fato que alguma coisa precisa mudar para isso acontecer, certo? Por isso, listamos coisas machistas eu toda mulher faz: para você olhar para si mesma e repensar a forma como age. É uma maneira de se conhecer melhor e questionar como você se coloca no mundo.
Leia com atenção então essas 10 coisas machistas que toda mulher faz:
1.Você julga a roupa de outra mulher
É muito simples: se você julga a roupa de outra mulher – normalmente usando o argumento de que roupa muito curta é ‘vulgar’ –, isso pode ser caracterizado como machismo. Toda mulher é livre para usar a roupa que quiser, quando quiser, da forma que quiser e julgar as suas escolhas é coloca-la dentro de um padrão que foi determinado pelos homens há muitas décadas atrás.
2.Você julga o corpo de outra mulher (e o seu também)
Achar o corpo de uma mulher bonito ou feio implica que existe um ‘meio termo’ ou um balizador. Definir a beleza de um corpo significa que você adotou um padrão de beleza como norma para saber o que é legal e o que não é. E a gente bem sabe que esse mesmo padrão de beleza só se aplica às mulheres, certo? O mesmo vale para a autocrítica: pensar que o seu corpo não é bonito ou bom o suficiente significa que você não está de acordo com esse padrão e que você precisa se encaixar nele de alguma norma. E isso também faz parte da gama de coisas machistas que fazemos.
3.Você acha ‘errado’ mulher que transa no primeiro encontro
Assim como uma mulher pode usar a roupa que bem entender do jeito que quiser, ela também tem o direito de transar no primeiro encontro sem se preocupar com o que as outras pessoas vão pensar sobre isso. O que uma mulher faz ou deixa de fazer na cama não é da conta de ninguém e isso, com toda certeza do mundo, não diz absolutamente nada sobre o seu caráter.
4.Você julga as escolhas de uma mulher: ser do lar x trabalhar (ou fazer os dois)
Mulher depois que casa tem que cuidar do lar e criar os filhos, não pode mais ser tão dedicada ao trabalho. Errado. De novo, voltamos para o ponto central: toda mulher pode fazer o que bem entender da própria vida e se ela quer escolher ficar em casa ou trabalhar e não criar uma família, ela pode. E isso vale mesmo para os dois lados: assim como é ok você querer ser dona de casa, também é ok você querer colocar a sua carreira em primeiro lugar. Não existe melhor ou pior aqui.
5.Você acha que mulher que fala de sexo é ‘vulgar’
Falar abertamente sobre sexo ainda é um tabu para as mulheres, tanto que as mulheres que são muito abertas sobre as suas escolhas sexuais, sobre o que elas gostam ou não cama, ou ainda aquelas que são muito mais liberais e abertas quando o assunto é sexo são comumente tachadas de ‘vulgares’. Estar em contato com a sua sexualidade não significa que você é vulgar, apenas que você é mais aberta a um assunto que é tão comum no nosso dia a dia.
6.Você ataca mulheres que lutam por igualdade
Sabe quando uma outra mulher fala de feminismo e você acha que é ‘mimimi’? Ou então que essas mulheres são ‘mal comidas’? Esses são argumentos machistas para atacar um movimento que é benéfico para todas as mulheres. Feminismo significa que estamos em busca de uma sociedade que trata as mulheres iguais aos homens. E se você acha que isso não é necessário e que as coisas não são assim, repare no número de pessoas que assobiam e chamam de ‘gostoso’ um homem passando na rua. Agora olhe para quantas vezes isso acontece com você. O tratamento não é o mesmo, certo?
7.Você diz que uma mulher ‘pediu’ para ser violentada
Culpar a mulher pela violência que ela mesma sofre é uma das formas mais comuns de machismo. Em casos de estupro ou assédio, você acha que uma mulher estava ‘pedindo’ por isso porque a sua saia era muito curta, porque ela bebeu demais ou então porque ela não deveria andar sozinha na rua à noite.
8.Você acha que mulher que não tem filho é ‘egoísta’
Mais uma vez é uma questão de escolha sobre o próprio corpo. Ser mãe não deve ser uma obrigação, mas sim uma escolha da mulher. É o seu corpo que vai sofrer com as mudanças de uma gestação e, na sociedade atual, é ela que vai ser responsabilizada pela criação de um filho. Então, sim, ela tem o direito de escolher não ser mãe por inúmeros motivos, um deles sendo que ela acha que não vai se encaixar nesse papel. Não é egoísmo não querer ser mãe, muito menos errado. É sim parte das coisas machistas do nosso dia a dia achar que uma mulher não pode se dar ao direito de não ser mãe.
9.Você acredita que a culpa de uma traição é da mulher e não do homem
O seu namorado traiu você com outra mulher e você acredita que a culpa é dela, que o seduziu. Não, amiga. O homem não está isento de culpa em um caso desses. Ele não é vítima dos charmes de outra mulher, ele é responsável pelo o que aconteceu, sim. Afinal, quem está compromissado é ele. A traição foi uma escolha dele.
10.Você se compara e compete com outras mulheres
A gente bem sabe que um pouco de competição no ambiente de trabalho é super aceitável e que também é legal ter ambições na vida. Porém, se comprar e competir com outras mulheres é um sinal de que você as vê como uma ameaça, e isso só acontece porque os homens criaram uma cultura de competição entre nós. Seja para conseguir o melhor marido ou para se destacar dentre tantos homens no ambiente de trabalho, foi imposta essa vibe de rivalidade, a busca pelo melhor macho alfa e pelo reconhecimento masculino.
O nosso objetivo com esse texto é fazer você perceber que coisas machistas aparecem de maneiras diferentes no nosso dia a dia, a gente só não percebia isso antes. Agora, é uma questão de observar como nos comportamos e fazer o possível para sair desse loop e buscar uma visão de igualdade. A meta não é mulheres e homens serem inimigos, mas se respeitarem e tratam de forma igual e mútua.
Imagem: Reprodução/Twitter