É possível combater a depressão com exercícios físicos?

Mulher, o que a gente mais encontra nessa internet hoje em dia são textos prontos de ‘como combater a depressão’. É tanta lista de alimentos, diquinhas básicas, atividades etc, que minha cabeça até embanana.
Pois bem. Estamos em pleno setembro amarelo e hoje eu gostaria de discutir um pouco com vocês sobre a relação entre lambaeróbica e distúrbios mentais. Tá, brincadeiras à parte, bora colocar alguns pingos nos “is”.
A depressão é um transtorno psicológico séríssimo e recheado de tabus. Nela, a pessoa passa por crises, com ou sem motivos aparentes, de tristeza, desânimo e fadiga. As coisas que, normalmente, eram prazerosas para ela, acabam não sendo. É como se o mundo ficasse em preto e branco, sabe? E sim, eu tenho propriedade pra falar sobre esse assunto porque fui diagnosticada com essa doença há 5 anos e, até hoje, ainda preciso cuidar dela.
E como a depressão acontece?
Achei importante explicar a “química de depressão” procês porque, bem, ela está diretamente relacionada com o assunto de hoje (que é a relação dela com os exercícios, não podemos esquecer).
Nosso cérebro é repleto de neurônios, que são os grandes responsáveis pelo funcionamento da nossa caixola. PARA que tudo ocorra bem, eles precisam se comunicar entre eles, e com o restante do corpo.
Essa comunicação, por sua vez, acontece por meio dos neurotransmissores. A grande estrela desse texto é um neurotransmissor famosíssimo chamado SEROTONINA (responsável pela regulagem do nosso humor, apetite, sono e cognição).
Quando rola uma “baixa concentração” dos níveis de SEROTONINA em nosso cérebro, os estímulos que antes eram prazerosos (e assimilados por meio dos nossos neurotransmissores) param de fazer sentido.
Para melhorar isso, é preciso aumentar os níveis desse neurotransmissor em nosso corpo, sacou?
Exercícios físicos x depressão
“COMBATER” é uma promessa bem forte. Quando nosso organismo apresenta uma baixa concentração de qualquer coisa essencial ao seu funcionamento, não é uma sapateadinha que vai resolver isso, concorda?
O que acontece é que muitas pessoas encaram a depressão como “uma temporada de mau humor”. Eu mesma já me cansei de escutar dos outros, nas épocas de crise, que tudo o que eu precisava fazer “era superar isso e ficar de bem com a vida”.
Assim como qualquer outra doença, a depressão precisa de tratamentos. É muito fácil virar para uma pessoa deprimida e dizer a ela que a melhor forma de combater os sintomas dessa condição é fazer exercícios físicos. Velho… tem gente que sequer consegue sair da cama, sabe?
Então… qual é a VERDADEIRA relação dos exercícios físicos com a depressão?
Que que acontece: a prática de exercícios físicos estimula a produção de trocentas mil coisas boas para o nosso organismo. Sim, estou falando de endorfinas, dopaminas, glutamatos e, claro, serotoninas. É por isso que, normalmente, a gente fica ligada no 220 depois de uma corridinha, um aeróbicozinho e por aí vai.
Porém, dependendo da situação, minha irmãzinha, não existe BICICLETA nesse mundo capaz de compensar todo um processo de comunicação dentro do cérebro que, por causa de um neurotransmissor, deixa de assimilar algumas coisas.
E como, então, eu posso combater a depressão?
Procurando por ajuda profissional, simples assim. Depois de visitar um psicólogo/psiquiatra, planejar um tratamento a longo prazo e começar a se reerguer, aí sim você pode começar a pensar em métodos alternativos para lidar com essa condição.
E quais seriam esses?
Ih, menina, são vários. Os melhores exercícios físicos para dar um boost de serotonina no seu sistema são:
- corrida;
- ciclismo;
- pular corda;
- natação;
- yoga.
E o que mais?
Agora chegou minha parte predileta. Sabe o que é ótimo para aumentar a serotonina no organismo?
- Transar;
- meditar;
- gargalhar;
- comer chocolate;
- divertir-se com uma pessoa querida;
- fazer uma sessão nostalgia, relembrando os momentos mais felizes da sua vida.
No mais, querida leitora, pare de procurar por alternativas “rasas” para combater a depressão, sabe? Eu mesma, no começo, não queria tomar remédio de jeito nenhum, e permaneci assim por um tempo. Só fui começar a mudar de ideia quando a situação tava tão grave a ponto de eu não conseguir comer, conversar e nem levantar da cama.
Entenda: tem coisas nessa vida que precisam de “uma mãozinha extra”. Ninguém nessa vida consegue se reerguer de uma depressão por conta própria, e não há vergonha nisso. Então pelo amor da deusa: se cuida direitinho, tá? Vai lá, procura uma médica FODA e vai ser feliz (aí sim!).
Imagem: Olivia Newton-John