Cresce presença de mulheres nas indústrias de games e de apostas

As indústrias do Gaming e do iGaming ainda são machistas, não podemos negar. Quando nós mulheres falamos que gostamos de videogame, somos tratadas com desrespeito por haters, principalmente na internet. Nos bombardeiam com perguntas sobre jogos, para saberem se de fato conhecemos “tudo”. Perguntam qual nossa equipe de CS:GO favorita, qual a melhor placa de vídeo do mundo, etc. Típica atitude masculina…
Na área do iGaming, a área das apostas online, não é diferente. Se dizemos a um homem que vez ou outra fazemos uma aposta esportiva ou jogamos em slot machines online, a surpresa é total. Perguntam a escalação completa do Flamengo de 1980, se já fomos a um estádio de futebol e quantas camisetas de clube temos no guarda-roupa. Ah, o ego masculino…
Esse tipo de atitude só corrobora o que vamos mostrar neste artigo: a presença das mulheres nas indústrias de jogos digitais e de apostas esportivas está crescendo, e os homens estão tremendo com isso!
Mulheres gamers já são maioria no Brasil
Um levantamento feito pelo Sioux Group com 5.830 pessoas de todos os Estados do Brasil em fevereiro de 2020 mostrou que nós mulheres representamos 53,8% do total de jogadores de videogames no país inteiro. Os números não mentem: apesar de a indústria de gaming ainda ser composta profissionalmente em sua maioria por homens, nós mulheres somos as maiores consumidoras de jogos eletrônicos do país.
O machismo da indústria não é nada velado e tenta de todas as formas fazer com que as mulheres acreditem que jogos digitais são coisas apenas de homem. Não são. Em 2020, com a crescente popularidade dos videogames, em especial dos eSports, temos descoberto muitos nomes importantes de mulheres nesse universo, que ainda tem muito para ser conquistado pelo público feminino.
As grandes conferências de jogos, como a famosa E3, revelam que o abismo que separa homens e mulheres está se fechando ano após ano. Vê-se mais streamers, designers, desenvolvedoras e jogadoras ocupando um espaço que até bem pouco tempo atrás era apenas dos homens.
Hoje podemos citar mulheres fantásticas nesse universo, que tentam derrubar o patriarcado com sororidade e com exemplo. Caso de Lil Chen, a Milktea, que criou um grupo de apoio para meninas gamers! Ela já foi palestrante em um TEDTalk sobre a importância da inclusão de gênero nos eSports.

Outra figura de destaque é Harumi. Em julho de 2020 se tornou a primeira mulher a disputar um campeonato nacional oficial de League of Legends. Nunca antes uma jogadora conseguiu “entrar em campo” em qualquer torneio criado pela Riot Games. Desde 2012 outras mulheres tentaram esse feito, mas na última hora não foram escaladas e saíram de suas equipes.
Esses são apenas 2 exemplos de mulheres que estão lutando por espaço em um nicho em que sobra desigualdade. Poderíamos citar, ainda, diversas youtubers que têm feito um trabalho pacífico e empático no combate ao machismo no universo dos jogos. O gap vem diminuindo pouco a pouco, e pode ser que nas próximas duas décadas haja muito mais representatividade em relação às mulheres.
Mulheres têm melhor performance do que homens em apostas
A indústria de iGaming é outra indústria que os homens têm ocupado de forma bastante desigual. Mas você sabia que nós mulheres apostamos muito melhor do que eles? Segundo um estudo realizado pela empresa 888 Holdings, as mulheres se saem ligeiramente melhor do que o público masculino em apostas esportivas.
De acordo com a pesquisa, em média as mulheres obtêm cerca de 19,79% de retorno em cima do que apostaram. Os homens, por outro lado, têm 4,6% de perda de investimento. Segundo a 888 Holdings, tudo se resume à estratégia e à inteligência. Mulheres apostam de forma racional; homens seguem instinto e coração.
Média de retorno de investimento em apostas esportivas
Idade | Mulheres | Homens | Média do grupo por idade |
18-24 | -34.12% | 0.14% | -16.99% |
25-34 | 127.06% | -8.47% | 59.30% |
35-44 | 129.60% | 0.88% | 65.24% |
45-54 | -61.72% | 16.90% | -22.41% |
55-64 | 6.13% | -24.96% | -9.42% |
65+ | -82.16% | -12.09% | -47.13% |
Total | 19.79% | -4.60% | 7.60% |
Claro que essa pesquisa não diz muito sobre o que é a indústria como um todo. Assim como os dados apresentados acima sobre as mulheres jogarem mais videogame do que os homens no Brasil, esses números são interessantes para vermos como o lugar da mulher está aí para ser tomado por ela. Há espaço para todos e para todas.
Não é à toa que diversas personalidades do mundo das apostas esportivas são mulheres. Um caso clássico é a fundadora de uma das maiores casas de apostas do mundo, a Bet365. Denise Coates é uma das empresárias mais bem-sucedidas desse segmento, com uma fortuna estimada em 12.2 bilhões de dólares.

Poderíamos falar ainda de Petra Zackrisson, Chief Corporate Development Officer do Kaizen Group, uma das maiores companhias de apostas do planeta. Ou de Paris Smith, CEO da Pinnacle, outra gigante do ramo. Os exemplos de sucesso são muitos!
Muito ouvimos falar que existem determinados mercados ou profissões que são tipicamente masculinos. Isso não existe. Nós somos capazes de dominar e de fazer muito bem qualquer atividade que um homem faz. Não é uma questão de se conseguiremos, mas sim de quando nos darão oportunidade e espaço. E se não derem, nós iremos conquistar a oportunidade e o espaço à força.