Eu vou cuidar de mim
Olá, pessoas queridas do meu coração. Hoje eu preparei um texto que, na realidade, é mais uma resposta do que eu tenho observado. Estamos tendo certas inseguranças e esquecendo de elementos primordiais para nossas vidas. Então, pensei em dar a minha visão sobre alguns fatos que, provavelmente, as deixam encucadas na hora do relacionamento com seus parceiros. O que vem a seguir não é uma fórmula mágica, nem tão pouco uma verdade absoluta, é somente uma observação sobre o que eu penso. Esta é baseada em longos estudos comportamentais que tenho feito no decorrer desses dois anos em relação ao ser.
Primeiro vamos analisar como é a vida antes do relacionamento. Até de encontrar o seu amado(a), você já tem uma vida. Não podemos simplesmente ir vivendo de qualquer forma, mas precisamos estruturar determinadas coisas antes de nos relacionarmos com qualquer pessoa. É preciso sonhar, planejar, criar metas e, principalmente, se colocar em uma caminho de constante evolução – pois toda essa estrutura será o suporte de sua própria identidade.
Entenda que, para conhecer outra pessoa, é necessário que você conheça a si mesmo (ou é o mais recomendado). Não há uma forma de que a pessoa possa te conhecer se você não se conhece. Isso acaba sendo brecha para que surjam discussões e brigas desnecessárias. Seu parceiro(a) está interessado em te conhecer, saber tudo sobre você, seus sentimentos, sonhos, planos… Agora eu me pergunto como ele vai descobrir cada particularidade se você mesma não se conhece?
A missão se torna muito difícil, concorda? E assim como você, essa outra pessoa também tem dúvidas se quer ou não criar uma relação séria e, para isso, ele(a) precisa saber o máximo possível sobre você. Então, imagina a confusão mental dessa pessoa, vendo que ele(a) quer te conhecer e tirar essas dúvidas a limpo, mas não consegue por falta de informação. Ai não rola e ficamos pensando no que fizemos de errado. Simples, esquecemos de focar em nós.
Para que um relacionamento a dois funcione bem, ou mesmo o relacionamento poli amoroso e outros relacionamentos como de grupos de trabalho e escolares, a pessoa que você tem que dar a maior importância para você, pois entendendo e cuidando de si é que podemos fazer isso por outras pessoas. Isso me lembra outro ponto fundamental que percebi nas perguntas que tenho respondido. Quando nos unimos ao nosso parceiro(a) nós não deixamos de ser nós mesmos, não nos tornamos outro ser com essa pessoa. Admiro que algumas pessoas pensem assim. Ninguém se torna uma pessoa melhor simplesmente porque se engajou em um namoro – ou mesmo abandona sua vida anterior para dar início a uma nova fase.
Devemos entender que nós temos uma vida antes de conhecer nosso parceiro(a), temos uma identidade antes de qualquer coisa (leia mais aqui). Quando nos unimos, o que acontece, ou deveria acontecer, é um compartilhamento de experiências. A pessoa te mostra parte do mundo dela e você mostra parte do seu mundo ,e só então, da união desses dois componentes um terreno comum aos dois pode surgir. Isso é nada menos que a identidade do próprio casal.
O que eu entendo como problema quando temos esse tipo de pensamento de largar tudo o que somos é que começamos a viver nossas vidas em função do outro. Queremos ficar o tempo todo juntos, compartilhar tudo, fazer tudo junto, gostar exatamente das mesmas coisas. Isso não é relacionamento gente, isso é um probleminha! Não se gosta de alguém a ponto de abandonar o seu “EU” para viver um possível pseudônimo que está sempre atrelado a imagem do outro.
Não digo isso por mal, não falo para ferir os sentimentos de ninguém. Longe disso, gente, eu amo todos vocês, mesmo que não os conheça efetivamente, mas tenho amor por vocês. O ponto é que isso tem que ser uma reflexão dentro de cada um de nós, pois não é bom se tratar dessa forma, abandonando sua personalidade para viver em função de outro alguém. E se essa pessoa for embora um dia de sua vida? Então sua vida acaba? Obviamente não e vejo quão mal esse raciocínio pode fazer.
E não somente nessa questão de início de relacionamento, mas também quando esse já é de longa data. “Ahh, mas o que eu vou fazer agora que ele(a) se foi? Eu tenho saudade, eu não sei se ligo, se não ligo…” é um discurso recorrente e o que acontece nesses casos é que a pessoa vivia tão centrada e focada no outro que, quando acaba o relacionamento, ela fica sem chão (leia mais aqui). Aí parece que nada mais faz sentido.
Isso não é culpa de ninguém! É simples se pensarmos que o que temos hoje é uma cultura que não ensina aos mais jovens como viver. Não adianta dar conselhos quando a pessoa já está emocionalmente envolvida, pois a paixão e a incerteza tomam conta de tal forma que não conseguimos raciocinar direito e de forma simples e prática. O que devemos fazer? Cuidar de nossas vidas!
Se estamos solteiros, vamos curtir essa fase sem pressões, desfrutar de tempo para nós mesmos, planejar nossa vida, ir sonhar com o futuro, criar algum hobby. Pode ter certeza que quando você decide ficar na sua e curtir a vida “solo” é que aparece aquela pessoa especial. Ou não, mas sempre vai ter alguém para dar uns beijos e fazer um sexo gostoso (leia mais aqui). Ainda que falte alguém assim, existe mais na vida que somente relacionamentos. Pense em cuidar da carreira profissional,acadêmica e de nosso caminho espiritual. Então quando a tal pessoa surgir, ela provavelmente vai te amar por tudo isso que você é e por tudo o que você construiu.
Quando falamos de sentimentos e de relação entre as pessoas, sempre temos que evitar duas coisas que são gatilhos para que tudo vá por água a baixo: pressa e insegurança. O ser inseguro leva ao que já falamos, a não se conhecer, não conhecer o potencial que tem ou ainda fica com ideias erradas sobre si mesma (bom assunto para um próximo texto). Então, muitas vezes, ou se evita demais certos contatos ou sufoca o relacionamento com medo do parceiro(a) se cansar dele(a) e se relacionar com outras pessoas. Isso gera um ciúme, muitas vezes, doentio, que faz mal para ambos e pode ser o estopim para um término desnecessário.
A pressa, por outro, lado faz com que tomemos decisões ruins, e, às vezes, são decisões ruins em momentos horríveis. Por exemplo: “Tenho um namorado, mas estou passando por um momento de transtorno mental, sendo acompanhada por psicólogos e psiquiatras” (é só uma hipótese, eu não estou citando ninguém aqui. Ok?). Certo, se eu ouço esse discurso e acontece algo de errado no relacionamento, a resposta é simples: “você não tem condições emocionais e mentais para tomar qualquer decisão agora”.
Como alguém que está passando por uma dificuldade tão absurda pode ter cabeça para pensar se vai prosseguir com o relacionamento ou não? Primeiro vamos cuidar de nós e depois dos outros. O mesmo vale para vários aspectos da vida. Se você não está em um momento bom de sua vida, não termine nem comece. Sua prioridade tem que ser você mesmo e somente quando as coisas estiverem melhores pense ou repense numa relação.
Então, para que ter pressa ou insegurança? É melhor você pegar a sua “pessoa” e pensar nela como um diamante bruto e começar a lapidá-lo, passo a passo. É um processo que leva muito tempo e no decorrer, estando ao menos iniciado e em andamento, se relacionar se torna mais fácil. E se não der certo… gente a vida é assim, é melhor aproveitar o momento do que ficar pensando quando aquilo vai acabar – porque vai acabar, cedo ou tarde.
Então, a grande questão aqui é que devemos cuidar de nossas vidas, aproveitar o máximo cada etapa, sem apressar, sem forçar absolutamente nada e quando chegar o fim, recomeçar. Esse é o brilho da vida, ciclos que nunca acabam, onde podemos nos aperfeiçoar como pessoas e sempre ir crescendo rumo a existências mais plenas e serenas. Isso, obviamente, vem com o tempo e com o amadurecimento, mas não há porque sofrer, apenas ver como a vida é bonita e singela e reserva para nós uma história única e incrível.
Depois de muito tempo, eu aprendi a ver a beleza das coisas mesmo nos momentos mais tenebrosos, pois já passei por tantos vales cheio de sombras e penumbras que já conheço todas elas por nome (bebemos nas sextas e jogamos baralho kkkkk). Fiquem calmos e serenos e se deixem levar pela vida como que deitados em um barco sobre rio que flui. Deixem a correnteza levá-los e aproveite para observar a beleza ao redor e como sua presença compactua com aquela beleza do ambiente e a serenidade.
Quando sessamos a luta, podemos ver além das paixões e, assim, alcançamos serenidade. Então os problemas se tornam mais leves e suportáveis, mais claros e solucionáveis. Viva, pessoas lindas, como se não houvesse amanhã, aproveitando ao máximo. Fecho esse texto com uma mensagem de um grande mestre sobre a mente ser como um lago.
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