Esta garçonete foi demitida porque se recusou a usar maquiagem
Uma garçonete de 18 anos foi demitida, no Reino Unido, porque se recusou a usar maquiagem no seu horário de trabalho.
Erin Sandilands, uma estudante que trabalhava em um restaurante italiano por meio período, disse para o Distractify que ouviu do seu gerente que precisava ser ‘mais feminina’ e ‘bonita’ para os clientes.
Segundo a publicação, o responsável pelo estabelecimento pediu que a jovem usasse uma saia e um pouco mais de maquiagem para ser mais notada pelos frequentadores do local. Porém, Erin recusou aderir às sugestões e reclamou sobre a necessidade de ouvir esses tipos de comentários. Como resultado, ela foi demitida.
A estudante, porém, não deixou a situação passar em branco. Ela abriu um processo contra o restaurante por perda de salário e discriminação.
Erin contou que estava nervosa em levar o restaurante para a corte, já que nunca tinha feito nada que fosse semelhante a isso antes, mas que, no fim das contas, percebeu que foi o melhor a se fazer; O tribunal decidiu a seu favor e ela recebeu £3,500 por injúria além de um segundo valor em dinheiro por discriminação.
A estudante, no entanto, não vê a vitória como sendo apenas sua. Ela considera que esse ganho é para todas as mulheres que algumas vez se sentiram desconfortáveis nos seus locais de trabalho.
“Quando aconteceu, foi totalmente desnecessário. Eu estava com a roupa certa e usava o uniforme como me foi indicado. Eles falaram que eu deveria usar uma saia e passar maquiagem, prender o meu cabelo, e ser mais feminina. Eles falaram que os frequentadores gostariam disso. Eu me senti muito humilhada e chateada. Eu argumentei que estava vestida de acordo, mas no dia seguinte soube que não teria mais turnos de trabalho”, contou Erin.
Um dos argumentos da estudante, claro, é que o que lhe foi pedido com certeza não seria pedido a um funcionário homem, já que eles não têm, socialmente, o dever se chamar a atenção do sexo masculino, mesmo em um ambiente tão profissional como o trabalho.
O restaurante alegou que as acusações não são verdadeiras, porém, é fato que mulheres que trabalham em bares e restaurantes comumente são influenciadas a usarem roupas e maquiagens que as tornem mais atrativas para os homens. Essa é a penas uma forma de reforçar uma cultura que vê, constantemente, a mulher como um objeto.
Em uma situação semelhante, a equipe de um voo nos Estados Unidos pediu para que ela trocasse de roupa porque os shorts que usava foi considerado impróprio para a ocasião. A mulher, que usava um modelo confortável para viajar, precisou comprar uma peça nova apenas para o voo, já que a tripulação considerou o modelo vulgar demais para um espaço onde estariam presentes pessoas de todas as idades.
Até quando as roupas de uma mulher vão ser tópico de conversa? Seja como uma garçonete, seja como a passageira em um avião, o que uma mulher usa ou deixa de usar não ser visto como um medidor da sua dignidade ou capacidade em um ambiente de trabalho. Enquanto homens podem andar sem camisa, seminus, livremente durante o verão, sem serem julgados por isso, as mulheres precisam pensar o tempo inteiro no tipo de roupa que estão usando. Isso tudo só prova como elas ainda não vistas como iguais, já que a roupa e a maquiagem são ‘atributos’ que podem ou fazê-la ser bem-sucedida no trabalho ou terminar estuprada por um grupo de homens.
Imagem: Distractify