Kintsugi: a arte de consertar os erros destacando as imperfeições
Hoje eu aprendi sobre essa arte japonesa. Quando parei para pesquisar sobre a fascinante Kintsugi, caí em mim que os japoneses também passaram por apertos para descobrirem meios para consertarem seus erros.
Num ato desesperado para descobrirem um meio de não jogarem toda a cerâmica quebrada fora, ou de terem que remendar de um modo belo vasos quebrados, acabaram inventando o Kintsugi. Bem, essa coisa maravilhosa é, nada mais nada menos que, remendar rachaduras e partes quebradas uma na outra com pó de ouro ou laca. No final, a peça acaba se tornando bem mais especial, bela e valiosa do que algum dia já fora, mesmo mostrando as enormes cicatrizes e riscos dourados.

Imagem: via lifegate.com
Ao parar para me olhar, eu percebi a similaridade entre eu, a pessoa que eu tenho me tornado, e a Kintsugi.
No decorrer dos anos, eu me senti na necessidade de fazer todos ao meu redor felizes. Acredito que muitas de nós temos esse problema, o qual pode realmente nos impedir de evoluirmos e sermos felizes de fato. Eu não sabia falar “não”. Sentia que era meu dever cuidar e respeitar a todos mas, ao mesmo tempo, me deixava de fora disso. Fazia a vontade de todos e, no final, acabava me perguntando onde eu entraria. Quem faria isso por mim? Como muitas de nós acabamos aprendendo e percebendo com a vida: ninguém!
Mesmo percebendo o quão ruim isso estava me fazendo, e o quanto as pessoas ao meu redor realmente não se importavam sobre o que faziam comigo, ou com a energia negativa que esses emanavam e a total falta de respeito que me devolviam… Sim!
Ainda assim eu continuava colocando todos antes de mim!
Mas, como dizem: “Ano novo, vida nova!”, então resolvi estabelecer metas que realmente valeriam a pena. Resolvi tirar tudo isso que me faz mal da minha vida. Creio que é o máximo que nós, mulheres, podemos fazer por nós mesmas. Energia ruim, falta de empatia, agradar tudo e todos… Mandar tudo isso para bem longe!
É claro que isso não significa que precisamos pensar sempre em nós apenas. Mas, ao mesmo tempo que pensamos no nosso bem estar e, para ser bem clara, nos colocando sempre em primeiro lugar, devemos depois pensar no próximo, contanto que isso esteja dentro dos nossos limites. Devemos ser verdadeiras e não tornar mais difícil de descobrirmos nossa essência e verdadeiro eu. Não vamos pensar nisso como um recomeço.
Devemos realmente nos orgulharmos do que deixamos para trás, das nossas feridas e erros, pois foram com eles que aprendemos e nos tornamos essa nova pessoa. Então, pensaremos que apenas estabelecemos um novo fim.
Assim como a arte japonesa Kintsugi, o detalhe é não esconder a rachadura, o remendo que foi feito, mas sim destacar a mesmo.
É mostrar para todos que, uma vez uma decoração de cerâmica, ela agora se tornou muito mais valiosa com lindos riscos de pó de ouro e laca.
Pode parecer viagem comparar um futuro melhor com um vaso quebrado cheio de rachaduras, mas não acharia melhor comparação e valor do que essa bela arte criada pelos ancestrais japoneses. O que se aprende com mudanças, infelicidades, é que sempre daremos um jeito de tampar esses buracos que ficam em nós. De nos embelezarmos. Nos tornarmos mais valiosas, confiantes e orgulhosas das cicatrizes deixadas para trás.
Só devemos garantir que a cada queda, nós teremos a certeza de que não repetiremos aquele piso em falso, mas que sempre virão outras surpresas para nos derrubarem e que, no final, seremos o nosso máximo, a mais bela cerâmica cheia de cicatrizes de (literalmente) ouro.
Imagem: via cymurri – DevianArt
E o que vocês responderiam a essa pergunta aqui abaixo, feita por uma de nossas usuárias do Clube Superela?