La Casa de Papel: 4 motivos pelos quais você precisa assistir essa série

Aquele medo de levantar de madrugada para ir à cozinha beber água e encontrar uma pessoa no meio do corredor te mandando assistir La Casa de Papel se concretizou HOJE. Esse seriado, tão aclamado pelas críticas, merece toda a atenção dos espectadores, principalmente das minas, e já já conto o porquê. Antes de começar a minha listinha de argumentos prometida já no título, devo dizer que 4 motivos são poucos e até mesmo injustos para os verdadeiros amantes de “maratonas Netfliquianas sem fim“. Porém, como minha intenção é facilitar a vida de geral, vou citar aqui as principais razões pelas quais você deve se render à essa série.
Bora lá?
4 motivos pelos quais você precisa assistir La Casa de Papel
1. Bella Ciao!
La Casa de Papel é uma série sobre resistência. Para que vocês entendam melhor o que digo, preciso contar um pouco mais sobre ela e seu enredo. Ó: não se preocupem, essa zona aqui é livre de spoilers.
A série
Ao contrário do que muitos pensam, La Casa de Papel não é um original Netflix. Criada pelo diretor Álex Pina e produzida pelo canal Antena 3, na Espanha, ela foi lançada em 2017 e teve seus direitos de reprodução comprados pela Netflix no mesmo ano. Após entrar no catálogo desse serviço de streaming, a série passou por algumas alterações. Os episódios originais passaram a ter menos tempo de duração (de 70 para 50 min) e foram reorganizados em 2 partes. Os primeiros 9 capítulos já estão disponíveis para quem consome os serviços da plataforma, e os outros 6 serão lançados em abril deste ano.
O enredo
A série conta a história de um grupo de 8 criminosos, guiados por um líder, que assaltam a Casa da Moeda da Espanha. O cérebro do plano, um homem misterioso que atende pelo nome de Professor, desenvolve um plano minucioso para que seus recrutas consigam imprimir uma quantidade X de dinheiro para conseguirem viver bem pelo resto de suas vidas.
O grande “tchans”, que me faz voltar ao comentário que fiz no começo do texto sobre resistência, é que todo esse processo não é um assalto em si, e o Professor faz questão de deixar isso muito claro. O ideal do plano é entrar lá, imprimir a grana (e não roubar o que já tem lá), fazer uma galera de refém para que o governo não interfira na missão, e tudo isso sem derramar uma gota de sangue.
É claro que existem outras motivações para tal evento, mas como prometi não dar spoilers, paro por aqui. Mesmo assim, vale à pena comentar que essa é uma daquelas histórias em que fica difícil definir o lado “certo” e o “errado”. Os personagens são tão cativantes que, de certa forma, torcemos por todos eles, e isso vale para os antagonistas também. Aliás, falando nisso, vamos para o segundo ponto do nosso texto que, para mim, é de extrema importância.
2. A construção dos personagens e o protagonismo feminino
La Casa de Papel cumpre muito bem, em minha opinião, o objetivo de fazer com que nos apaixonemos por cada um de ser personagens. Sim, até mesmo Arturito. Quando eu disse logo acima que, ao torcer por todos eles, perdemos as noções de certo e errado, grande parte da culpa disso está na construção de cada um dos protagonistas. Dentre eles, temos 3 mulheres FODAS que representam o nosso “sexo”, por assim dizer, muito bem. Mas bora desenrolar isso:
Os recrutados
Vamos começar com o time feminino. Em primeiro lugar, temos Tóquio (Úrsula Corberó), narradora da série. Rebelde, sem papas na língua e muito firme em seus ideais, ela conta toda a trama a partir de seu ponto de vista. Junto a ela temos Nairóbi (Alba Flores), personagem extremamente apaixonante, cheia de amor próprio, determinação e coragem.
As duas, junto a Berlin (Pedro Alonso), Denver (Jaime Lorente) e Rio (Miguel Herrán), formam uma espécie de ‘linha de frente’ do grupo. Compondo o restante do esquema, temos Moscou (Paco Tous), pai de Denver, e os irmãos Oslo (Roberto García) e Helsinque (Darko Peric).
Cada um deles, junto a suas histórias (que são contadas por flashbacks ao longo da trama), criam um nível de empatia tão grande em todos nós que não há outra alternativa a não ser torcer por eles. Imagina isso? Querer, de corpo e alma, que um assalto à Casa da Moeda dê certo? Pois é, acontece. Por optar em não dar spoilers, prefiro manter a descrição destes personagens o mais rasa possível. Assim, você ainda tem a chance de descobrir, assim como eu, o motivo pelo qual ama tanto cada um deles.
O recruta
O misterioso Professor (Álvaro Morte), o qual não sabemos o nome, é o cérebro de toda a operação. Inteligente e calculista, ele coloca em prática todo o plano com a ajuda de seus recrutas. O personagem é muito carismático e sua astúcia nos faz criar um nível de admiração tão grande que a maioria de nós costuma colocá-lo até em um pedestal.
Mais uma vez, vou parar por aqui e deixar que vocês descubram, episódio por episódio, todos os seus traços, detalhes, atitudes, comportamentos e motivações. É de cair o queixo.
A antagonista
Mais uma vez, girl power! A chefe principal de toda a operação para encerrar o assalto à Casa da Moeda é a inspetora Raquel Murillo (Itziar Ituño). Sendo a única mulher da equipe de investigadores, suas decisões são vistas muitas vezes por seus colegas como desequilíbrios hormonais, ciúmes e etc. Nada muito diferente do que já sofremos atualmente, não é mesmo.
Os demais
É claro que existem ainda mais personagens que, juntos aos principais, completam toda a trama de forma espetacular. E pode apostar que cada um deles tem uma história a contar (mesmo que seja mínima). Prefiro não prolongar o texto ainda mais e deixar vocês conhecerem cada uma das surpresas que te esperam. E olha: ARTURITO, lembra desse nome. Só lembra desse nome e lembra de mim depois. Ô ódio.
3. Representatividade
Se tem uma coisa que eu tenho gostado MUITO na Netflix é que ela têm me permitido cada vez mais conhecer o cinema de outros países que não Brasil e Estados Unidos. As produções espanholas como La Casa de Papel, Merlí, Contratiempo e muitas outras me surpreenderam de forma muito positiva.
Além disso, vale observar o quanto seus personagens são “normais”. Nenhum deles têm uma beleza estonteante, um corpo arrematador e nem nada disso. Aliás, a maioria destes representam diferentes tipos de etnias, fazendo com que a composição da série se torne ainda mais diversificada. E é aí, mais uma vez, que entra aquela velha história de construção de personagens e empatia. É porque eles são mais “gente como a gente” que fica fácil sentirmos essa sensação maior de colocarmos no lugar deles, sabe?
Uma coisa que deixou a desejar e que reparei bastante é que, apesar de ter vários tipos de personagens, com várias etnias, tipos físicos, idiomas e etc, ainda assim a representatividade negra é muito baixa. Temos apenas alguns poucos figurantes que compõem essa “categoria”. Assim não dá, né?
Então é aquela velha história: não é perfeito, mas como produção que foge dos esquemas Hollywoodianos, não está deixando nenhum pouco a desejar.
4. Ideais
Além de tudo o que descrevi ao longo do texto, La Casa de Papel tem uma FORTE contribuição com a sociedade como um todo. Ela retrata, de maneira cuidadosa e discreta, assuntos como o Feminismo, Machismo, estupro, tráfico de mulheres, exploração de trabalho, desigualdade social, violência doméstica, estupro e, é claro, política.
Lembra do Bella Ciao, título que dei ao primeiro tópico? Pois então: esse é o nome que recebe uma canção popular italiana, criada no final do século XIX, para representar a luta dos trabalhadores rurais temporários. Mais tarde, ela também foi cantada como forma de protesto, durante a Primeira Guerra Mundial e, um pouco depois, foi usada pela resistência italiana durante a Segunda Guerra Mundial.
Mas Luísa, que que isso tem a ver com a série? Então… quero que você saia desse texto aqui, ligue a Netflix e.. DES-CU-BRA. Você não vai se decepcionar, pode confiar em mim.
Imagens: Divulgação
E o que vocês responderiam a essa pergunta aqui abaixo sobre La Casa de Papel, feita por uma de nossas usuárias do Clube Superela?