Moça, você é viciada em homem indisponível
Que jogue a primeira pedra a mulher que nunca considerou que tivesse um dedo podre em algum momento da vida.
Os cenários são diversos, você sai com o cara, vocês se divertem, ele fala sobre como gostou de sair com você, sobre como você é diferente das demais e blá-blá-blá.
Do nada, ele começa a ser monossilábico, a conversa quase não flui e você sente como se estivesse fazendo força para que alguma coisa aconteça entre vocês.
Um tempo depois, ele surge comprometido com outra.
Porém, você começa a perceber que toda vez é assim. É como se você estivesse destinada a somente ser uma mera espectadora passiva da felicidade alheia. Sempre a amiga, nunca a namorada. Então você começa a se perguntar: O que raios existe de errado comigo?
Minha amiga, você tem atração pelo indisponível. É isso.
Quantos caras você sequer deu chance de se aproximar por considerar sem graça? Quantas vezes aconteceu de um cara se aproximar de você e você instantaneamente jogar ele para escanteio direto na Friendzone alegando não ser o “teu tipo”?
O fato é que, para uma mulher que tem problemas com autoestima, se interessar por homens que não querem ela, é muito mais fácil.
Como assim Marcela, fácil? Eu sofro pra caramba!!!
Para uma pessoa com baixa autoestima se relacionar com pessoas desinteressadas valida toda a crença de não merecimento que ela traz consigo.
Todos os pensamentos de “viu, eu sabia que não era boa o suficiente” são um prato cheio pra depois você justificar pra si mesma sobre os porquês de não conseguir engrenar um relacionamento.
Você pode jogar a culpa no teu suposto “dedo podre” sem nem pestanejar.
Porque ao aceitar embarcar na novela mexicana do amor não correspondido você sente que não tem responsabilidade nisso. Foi o outro que não quis. O outro que não deu valor. O outro que não valorizou. E você então, se transforma na mera personagem coadjuvante que vive à mercê das brincadeiras de mau gosto da vida.
Tomar consciência da nossa vontade inconsciente de nos mantermos no lugar de vítima do mundo é um desafio. Esse lugar é a tão conhecida “merda quentinha”, que nada mais é que aquele lugar onde você tem gavetas e mais gavetas cheias de justificativas sobre como nunca nada dá certo pra você, sobre como ninguém te valoriza, te merece, cuida de ti.
Se interessar por pessoas que não querem a gente, de início soa como um desafio. Você olha e pensa “uau, esse aí não deve dar moral pra qualquer uma, vive dizendo que não quer nada sério, quero ele!”.
O teu ego te joga na situação te dizendo como tu vai conseguir dobrar aquele cara. Quando não funciona, a tua mente te fala sobre como tu sabia que isso iria acontecer. Que ninguém hoje quer nada sério. Que homem nenhum presta e outras besteiras dessa categoria.
O remédio pra isso? AUTOCONHECIMENTO, gata.
Não existe um atalho. E eu sei que é muito mais fácil seguir o padrão e depois se queixar sobre como sempre acaba igual.
Mas a questão é, tu quer curar isso em você ou vai se contentar em ser sempre a espectadora passiva?
Autoconhecimento é o caminho para a autoestima, que por consequência é o caminho para relações saudáveis.
Mas você precisa querer isso.
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