Mulheres que inspiram: por que a representatividade é tão importante?
Eu confesso que pirei de verdade quando vi a Anitta na Times Square em Nova York. Vibrei mesmo, de felicidade por ela. É uma das festas de Ano Novo mais famosas do mundo e ela estava lá, representando a música brasileira
Admiro muito a profissional que ela é e da forma como ela trabalha pra conquistar tudo o que quer. Sou o tipo de fã que conheceu a Anitta quando ela cantava Meiga e Abusada, e ficava super ansiosa pra ser o tipo de mulher que ela descrevia em sua música: livre e independente.
Ok, mas o que essa introdução tem a ver com o título do texto?
Simples, a Anitta traz representatividade para muitas mulheres e isso é inegável.
Por que a representatividade é tão importante?
Eu tenho 22 anos, mas me lembro das capas de revista dos anos 2000 cheias de Photoshop, que fazia muita gente acreditar que o corpo bonito era um corpo magro. Me lembro da forma como algumas artistas eram manipuladas pela mídia para sempre parecerem “recatadas e do lar”, me lembro também que algumas nunca se envolviam em política não expressar opinião era melhor pra não se “envolver em polêmica”.
Algumas artistas acabam perdendo sua identidade para continuar sendo adoradas pela mídia.
A representatividade que precisamos hoje é pra reparar todos esses anos onde nos fizeram acreditar que só há um padrão de comportamento, beleza e atitude.
Eu fico pensando, quanto tempo não perdemos tentando ser alguém que não somos apenas para sermos aceitas?
Somos seres reais, temos opinião, nem sempre seguimos dietas e tão poucos batemos carteirinha em academia.
Me lembro de aos 14 anos ficar pilhada com a minha própria imagem, eu pesava uns 40 kg e me achava gorda, resultado? Pulava refeições, fazia uns exercícios sem noção, e ficava me comparando com as outras meninas, e pra melhorar minha situação eu não era muito popular na escola, logo não tinha com quem dividir todas as minhas dúvidas de adolescente.
Mas eu me lembro de uma artista que mudou minha visão de tudo completamente, quando eu tinha apenas 14 anos. E o nome dela é: Demi Lovato. Eu me achava mais amiga dela que das pessoas que de fato estavam meu convívio social.
A Demi teve culhão lá em 2011 pra bater no peito e dizer que estava passando por problemas sérios. Ela foi uma luz no fim do túnel pra muitas meninas que passavam pelos mesmos problemas.
Ela já chegou a comentar que seus primeiros pensamentos suicidas surgiram com apenas 7 anos.
Para quem não sabe a Demi foi pra um centro de reabilitação no final de 2010 para tratar depressão, automutilação, bulimia e nesse centro clínico ela foi diagnosticada com transtorno bipolar.
Imagine você ter 14 anos morar no interior viver uma confusão na sua cabeça e ai aparecer a Demi trazendo questões como saúde mental de uma forma tão forte? Pra mim foi mais que uma luz no fim do túnel, foi o início de uma discussão que ainda era vista como tabu.
E nisso a Demi trouxe representatividade, ser diferente é bom, é normal e você não precisa se culpar por isso.
A representatividade vai além de um corpo, é sobre modo de pensar. E por isso hoje eu acho tão importante falar sobre esses tópicos, alguém pode estar se inspirando em você.
O fato é que a geração millenial cresceu acreditando que tem algo errado com a gente.
Uma mulher se impor? Imagine! Isso é errado. Uma mulher ser independente e nem pensar em casar? Tadinha está encalhada! Uma mulher que aceitou seu manequim e não faz dieta? Que péssimo! Quem ela acha que é?
Eu cresci achando que com 22 eu estaria me formando e provavelmente me casando, pronta pra iniciar minha família. Porque isso era normal na minha cidade, falo isso porque sou do interior.
Eu NUNCA pensei que um dia poderia morar sozinha, apenas me, myself and I, sem estar casada. Eu subestimava o fato de que poderia ser totalmente independente.
A parte boa é que eu cresci e graças as mulheres que me inspiraram eu entendi que tinham outros caminhos a se seguir, como por exemplo, eu mesma me sustentar, vivendo do meu trabalho.
A representatividade de mulheres que me inspiram abriram meus olhos para entender que posso sim ir e vir para onde eu bem entender, posso sim me posicionar para o que eu acho certo, e acima de tudo ter um corpo de uma mulher real SEM ME SENTIR CULPADA.
Por isso, eu separei uma lista de mulheres que eu sigo no Instagram que me inspiram a conquistar mais e mais:
1. Angélica Oliveira
Angelica é uma modelo plus size babadeira de incrível, que me inspira a aceitar meu corpo como ele realmente é.
2. Bruna Rego
A Bruna parece até um anjo, de tão incrível. Ela foi a primeira modelo plus que eu segui, e seus looks são incríveis (vivo de inspiração hahaha).
3. Letticia Munniz
A Letticia tem muita dica incrível sobre autoaceitação. Que inclusive me ajuda muito nos meus dias ruins.
4. Alexandra Gurgel
Nem preciso descrever, o que é essa mulher? Eu me identifiquei muito com ela em um vídeo que ela conta como era a luta dela contra o espelho e a balança, vale a pena conferir o canal dela no YouTube. Tem um texto sobre ela aqui.
5. Isabela Matte
Sua história com o empreendedorismo me fascina!
E pra concluir, é isso! Pra mim a representatividade é muito importante, e pra que isso ocorra é de suma importância que todo mundo use sua voz para o bem, assim alguém pode se inspirar em você e pra mim é tudo sobre esse conceito. Eu gostaria de agradecer a todas as mulheres que me inspiram, costumo dizer que sou um conjunto de todas elas!
Principalmente minha mãe, que se descontrói todos os dias, e acredita em mim mais do que a mim mesma.
E você já agradeceu a mulher que te inspira hoje?