O que o BBB e seu amor platônico têm em comum
Às vezes, você só precisar dar uma chance a alguém que ainda não conhece, ao invés de engatar em um amor platônico.
Nos últimos dois anos, o Big Brother Brasil decidiu misturar anônimos e famosos no programa. Assim, os grupos “Pipoca” e “Camarote” foram divididos na busca por 1,5 milhão. Em 2020 e em 2021 a final contou com duas pessoas do “Camarote” e uma pessoa da “Pipoca”. Nos dois anos, os famosos perderam o primeiro lugar, e eu arriscaria dizer que há uma lógica nisso.
Uma celebridade é muito idealizada pelo público. As aparições em programas de TVs e shows são sempre impecáveis. Uma equipe por trás garante figurino, cabelo, make, iluminação, horários regrados… Na maioria dos casos, quando temos algum tipo de contato com uma pessoa famosa, há todo um contexto que nos faz pensar que tal pessoa é perfeita. Endeusamos quem alcança o sucesso midiático como se os indivíduos fossem pessoas muito diferentes de nós. Imaginamos uma realidade que não é verdadeira.
Na última edição do BBB, isso ficou ainda mais explícito. Boa parte das pessoas já conhecidas pelo público saiu com altos níveis de rejeição. Apesar dos comportamentos dentro da casa, não podemos ignorar que a expectativa em relação a uma celebridade é muito maior. Esperamos a perfeição, as atitudes incontestáveis e tudo o que acreditamos que torne aquela pessoa que conhecemos tão pouco em uma quase divindade.
Enquanto isso, a campeã de 2021, Juliette, que foi alvo de torcidas para que fosse ao paredão no primeiro mês e provavelmente seria eliminada naquela época, teve a chance de mostrar quem era e, assim, conquistar milhões de fãs por todo o país, que a consagraram a grande vencedora com mais de 90% dos votos.

Quem está no “Camarote” e na “Pipoca” nos seus relacionamentos?
Eu te pergunto: quantas vezes fazemos isso na nossa vida? Quantas vezes idealizamos aquela pessoa que conhecemos pouco, que não tivemos a oportunidade de viver 24h por dia junto, como a pessoa perfeita pra nossas vidas? Esses dias li que “O amor mais difícil de esquecer é aquele que não aconteceu”, e acredito que seja exatamente por isso. Quando idealizamos, tudo parece melhor e mais bonito do que seria se, de fato, tivéssemos a oportunidade de viver.
Analise se você não está dando muito valor e criando expectativas exageradas com alguém. Avalie se não é o momento de dar uma chance pra aquela pessoa que você mal conhece. Não há garantias quando falamos de pessoas e relacionamentos. Mas, de repente, enquanto você torce pra alguém fazer parte da sua vida, outra pessoa só está esperando uma chance de demonstrar de verdade quem é.
Às vezes, o amor platônico só vai te trazer frustrações.
Entender que podemos imaginar a pessoa como ela não é, pode te ajudar a deixar de lado essa paixão platônica. Esse tipo de amor é interessante para admirar de longe, não para viver de verdade. A vida é rápida e não há porque se manter presa a uma fantasia amorosa. Cuidado para não sair cantando como Marília Mendonça, que diz “me apaixonei pelo o que eu inventei de você”. Permita-se conhecer quem está disponível pra te conhecer também. Você pode não ganhar 1,5 milhão, mas pode encontrar um grande amor onde menos imagina.
Imagens: via Globo/Divulgação