Você deveria tirar o dia para fazer um tour pelo seu corpo
Se você acompanha canais no YouTube ou tem o costume de usar as redes sociais (principalmente o Twitter), deve ter percebido há algum tempo o boom da tag Tour Pelo Meu Corpo, criada pelo youtuber Luiza Junqueira. A ideia é muito simples e, sim, é tão incrível quanto parece.
O que Luiza fez foi pegar a tendência da plataforma de vídeos que mostram apartamentos, quartos e closets (os tais ‘tours’) e fazer a mesma coisa, mas mostrando o seu corpo e falando a seu respeito, dividindo as suas inseguranças, os detalhes que sempre lhe chamaram a atenção e tudo o que ela aprendeu sobre beleza ao longo do tempo.
Ela não foi a única. Na verdade, ela começou um movimento que se espalhou pela rede e rede chegou até influenciadoras como Gabi Oliveira, do DePretas, que fez um tour pelo seu rosto, falando justamente como é o processo de aceitação de uma mulher negra e colocando na roda a discussão (mega importante) do racismo e da falta de diversidade.
Ok, mas por que falar de tudo isso? Por que, enquanto pesquisávamos sobre autoestima e beleza, percebemos, através de uma matéria da ELLE Brasil, que a tag Tour Pelo Meu Corpo é mesmo uma das mais importantes do YouTube atualmente, mas que não necessariamente ela precisa ficar restrita à plataforma, você também pode fazer desse tour um exercício de autoconhecimento.
O legal das redes sociais é que elas podem ser uma fonte de inspiração incrível para você começar o movimento de autoaceitação (lembra quando sugerimos mulheres reais para você acompanhar no Instagram ou quando falamos sobre corpos perfeitos que iam te incentivar a amar o seu?), mas só cercar-se de boas influências não dá o resultado que tanto buscamos.
É uma questão de treino. As referências nos ajudam a mudar a percepção e a forma como interpretamos o que é bonito, o que é belo. Porém, existe a questão interna: prestar atenção nos seus pensamentos, observar a forma como você se vê (e o que pensa de você mesma) e fazer as alterações necessárias ao longo do caminho para desenvolver o amor próprio. Um passo de cada vez leva você até lá e, às vezes, você vai precisar ignorar o discurso de amor próprio para conseguir focar no seu processo.
Por isso, fazer um Tour Pelo Meu Corpo, mesmo que sem câmeras ligadas, sem uma narração despretensiosa e sem a intenção de compartilhar com o mundo as suas inseguranças, é uma ideia tão boa quanto a original. Porque é uma maneira de você conhecer melhor o seu próprio corpo e olhar para ele com cuidado.
A premissa de Luiza para criar a tag é que as pessoas cuidam com tanto carinho das coisas que têm, do ambiente em que vivem (como os quartos à la Pinterest que vemos por aí), mas não tem a mesma postura em relação aos seus corpos, sendo que ele é uma ferramenta tão importante (se não mais) quanto o cômodo em que você passa a maior parte dos seus dias ou o computador que usa para trabalhar. Ele é uma ferramenta de comunicação, um meio de você se relacionar com as outras pessoas – sem ele, isso seria impossível de acontecer.
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Se você precisa de um motivo para experimentar fazer esse exercício consigo mesma, na frente do espelho, a gente ajuda:
1.Ele vai te fazer olhar duas vezes para tudo o que você acha que odeia em você;
2.Ele vai te propor começar a se ver de forma diferente;
3.Você vai entender que não é a única com as inseguranças que tem;
4.Aliás, você vai perceber que não é a única com um corpo que não é ‘perfeito’;
5.Você vai descobrir coisas em você que você gosta;
6.Você vai questionar as coisas que aprendeu sobre si mesma
7.Você vai buscar entender porque não é tão atenciosa consigo mesma quanto com as outras coisas que tem;
8.Ele vai te mostrar que você tem sido intolerante consigo mesma;
9.E que você tem sido contraditória, falando coisas nas quais não acredita(ainda);
10.Ele vai te incentivar a mudar de ideia sobre você mesma, porque você vai perceber que não dá para viver odiando a si mesma dessa maneira.
Parece bom, você não acha?
Mas como fazer um Tour Pelo Meu Corpo?
Não é difícil e, como a gente falou ali em cima, você não precisa de uma câmera, um canal no Youtube ou um número grande de seguidores nas redes sociais. Tudo o que você precisa é do seu próprio corpo e de um espelho. É um exercício de observação, mais do que qualquer outra coisa. De se olhar com carinho e pensar em cada detalhe do seu próprio corpo que você acha que não gosta (e tentar entender o porquê disso).
Principalmente, esse é um exercício de questionamento. Pense duas vezes porque você pensa como pensa sobre si. Busque entender o que você aprendeu sobre beleza com a sua família e com as influências que teve durante a sua vida, questione as suas referências antigas e seja sincera: tudo o que falaram sobre o seu corpo ao longo do tempo e o que você acredita sobre ele é verdade?
Talvez você descubra que não. E é aí que começa o trabalho de amor próprio: você abandona o que achava que era verdade para desenvolver cuidado e amor por si mesma – quem sabe, você até decida compartilhar tudo o que descobriu na internet e ajudar outras mulheres a fazerem o mesmo, assim como Luiza.
Foto de capa: Instagram / Luiza Junqueira
Você já fez o exercício da tag Tour Pelo Meu Corpo? Que tal ajudar uma leitura que sente vergonha de si mesma? É só responder a pergunta abaixo ou clicar aqui para participar da discussão.